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| Poesias-->Velas de Céu -- 12/11/2004 - 09:30 (José Ernesto Kappel) |
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Entre a angústia que me toma,
toma também o dissabor,a fartura
do medo e a premente aba de frio
que jorra
pela taça de cristal
batido por severas
ansiedades e cruéis
sensaborias.
O fruto magro e augusto,
luminoso feito avenida,
se foi entre as quatro
paredes do mundo, e se tornou
vítima dos mortos.
Adeus, fui dar.
Voltei, com nódoas de medo.
Não sou guerreiro salsaciano,
nem membro das hordas dos boléus!
Me medro e me recolho nos
trapos de memória,
onde ninguém tem nome e
desconhece para onde vão os
sobreviventes da morte.
Não me perco de esperanças:
quatro horas, não é hora,
é momento da conturbada
visão de outrora,
quando nem morte existia.
Mas portas se dobram
e lá se vai mais um esquecido.
Se lembro? Lembro com dissabor
que se mistura com doce calor
que me avilta o corpo e abana
o medo que me jaz impuro
entre minha vida
e meu fim.
Quando chegar lá.
Abra a a porta
e somente diga:
somos todos crianças
agora,brincamos de mãos dadas
e aqui o sol nunca se põe,
nem a luz se vai.
É tudo veraz encanto.
E muito vez feito.
E uma festa de comedidos.
Minha amplidão faz a vez,
e lá vou eu de chapéu chamorra
com um litro de aguardente.
Porque se a hora é essa, estou
caminhando prá luz.
E que nada mais me
perguntem.
Eu não sei respostas
divinas! |
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