Lavei minh alma
Uma lágrima rolou-me pela face ainda pouco
Chorei, em prantos derramei minha mágoa,
lavei minh alma.
Chorei e ri ao mesmo tempo,
numa sinfonia inconstante de dor e inconsciência.
Senti frio e calor, arrepios constantes e soluços
interrompiam meu raciocínio.
Parti d eu mesma por instantes e nesses instantes
sofri baixinho
Lágrimas fizeram companhia a minha dor.
Queria um colo para chorar, protegida, mas foge
de mim qualquer consolo.
Abandono, sinto-me perdida em meus próprios
conflitos e batalhas.
São minhas mãos que correm sem destino, e em
círculos manuseio meu sou
A noite que entra pelo quarto traz a lembrança
A lua se esconde também.
E pelo zelo do meu amor que este não tenho, choro.
Chorar e rir, quem riu?
Riu, talvez quem não sentiu, não viveu e não amou.
Eu ri, mas foi de mim mesma, pois sou assim,
quando triste choro baixinho e no meio do choro
dou risada e logo choro mais um bocado de dor.
Escrevia em mágoas palavras, ouvia uma música,
ela cantava lamentos.
Vejo cada verso dessa música, cada descrição,
enxergo-os em símbolos, gestos.
As lágrimas insistem em aflorar no meu jardim
morto
Nas sombras de meus olhos perdidos estão
o breu da ausência.
Na taça de vinho tinto, está o sabor do vazio.
Embriago-me na distância de nossos corpos e na incerteza de meus fados.
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