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| Poesias-->Nesga Flor -- 11/11/2004 - 10:40 (José Ernesto Kappel) |
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Nesga flor que me aproximo,
que faz de mim o seu próximo,
que lasciva a carne
e,por ânsias, não deixa morrer.
Auréola de jardins em flor,
que altiva pela manhã,
jarras e jarras de odores,
que torna mais festeira minha casa
de pobreiro.
Linda manhã que cativo,
ao redor da qual não gira mais
mais nada, senão o puro dever
de puro viver, meeiro de suas pétalas.
Tibucíos ornamentam meu corpo
como flores e corpos se misturassem
à procura do que não sabem,
mas se cativam,
porque, no fundo, vão plainar
no céu mais profundo
sob o sol que fica
no fundo do além.
Não importa se tenho pouco
Pouco é falta de tato.
E, se nesta manhã,
faço do espaço de flores
o meu mundo.
Tenho fundos de certeza
que o corpo dela vive aqui,
à sombra da mais belo ramo,
tenho certeza,
que o corpo dela está atadado
ao meu,
em talos invisíveis e ramos
de bentoriais e carinho !
O Caminho do Vento - José Kappel - (3/4/2001 11:30:37)
Se caminho só, é porque este
é meu caminho.
Mas porque duvidar tanto de
minhas trilhas?
São ancas e desalinhadas.;
de pouco valor forense!
Duvido de meus caminhos
porque outros não tenho
e se tive, não sei.
Procuro outra vida
pra te consolar!
Mas vá achar outra vida!
Que faço com duas,
se não consigo suportar uma?
Que faço com duas,
se malogro na primeira?
Sou vítima do desdém.
Se aporto, naufrago,
Se renasço, caio de vintém
no poço mais profundo
de águas de ninguém!
Assim, vou trocando de vida,
ora aqui, ora ali,
sempre pensando
que, um dia, talvez,
eu volte pro colo dela,
e vire luz,carinho,
e doce meiguice.;
aquilo que atrela o
homem e o faz guardião
solene de seu castelo.
Um dia, espero, ser assim:
Uma vida de encanto basta
para ressuscitar
o que perdi.
Se há um fim do mundo
é lá que habito.
Tem de tudo.
Tem até horas prá marcar
e gente, cansada, prá conversar.
Outro mundo de pouco chorar,
de adeus passageiro e que nunca,nunca,
nem arde.
II
Era eu um símbolo que
fazia rodopios diante
da memória:
sem atrações,
sem bandas,
era um subúrbio de
solidão,
onde o feérico
eram as lágrimas
iluminadas por postes
enviezados.
Foi um tempo sem nome,
que ninguém alcança.
Foi uma época de renome
onde se perde até o
simples sonho de amar.
Foi um tempo assim,
lá atrás, onde dormem
os esquecidos.
Foi desta época que
guardo coisas
que nunca se vão:
o pão ardido da manhã,
as vielas apaziguadas de sereno,
as ruas vazias de mulheres,
as cores cinzentas
que remexiam as casas
num tom úmido e disperso.
Foi ali que me tornei
homem de quatro
espadas,
cavaleiro sem reino,
homem avulso,
sem amor,
devedor,
dono de causas perdidas.
Época que fui herói
de mim mesmo,
onde me perdi de tão só,
que só ganhava meia-hora
de vida
nos braços de quem passava,
se lá eu pagasse!
Fui nobre,
mas isso já não
é mais vantagem.
Sou parte da legião
dos desabrigados,
e rezo, todos os dias,
prá vida cessar
e me levar, sem pensar!
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