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Poesias-->Batido de Terra -- 08/11/2004 - 10:15 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fácil não dizer,

difícil não compreender.

Resta negar,

que os encantos

brotam ao regar

de simples estrelas.



Tal pai, tal filho,

não tenho prole,aliás,

colho simpatias e prólogos,

mas sempre retrocedo

um palmo atrás.



Sou filho passageiro

e cheio de antônios,

cruzo as avenidas

iluminadas,

atravesso palmo a palmo as

ruas cativadas.



Fui procurar onde

estava tal cidade.

Diziam que estava lá.

Mas qual! Dela nada mais existia

do que mais dois cemitérios,

uma igreja nova,

um colhedor de uvas

e um arguto provador de vinhos.



Tudo havia mudado.

Até as datas resolveram ter regado,

com novas faces

e barris relevados.



Me sequei de paixão.

Afinal, tinha passado por lá.

Dei quarenta anos

de minha infância

aos queridos daquela terra

que agora se foram

num só lance.



É fácil não dizer

mas provo o sabor do vento

e as argamassas de antigos paredões,

me solavaquei de anciãos

todos com história prá contar

e outras prá chorar.



E todos me disseram

que eu parti,

igual a um navio sem proa,

prá o adiante da vida,

só deixando prá trás

uma saia aveludada

que o tempo comeu.



E duas lembranças:

a primeira, que num certo tempo

de sol eu era esplendoroso.;

a segunda, que o inverno chegou cedo demais

e me tornou era passageira e lenta.



Prá que ligar tanto para as horas?

Qual tempo! ele foi feito sem hordas!



II



Houve um tempo,

houve uma época,

hoje batida de terra,

que ficava tão longe

como o fim do mundo.



Ficava lá longe,

onde estava sempre a esquina

do bom pecar.



Ficava tão perto

como o roçar do veludo

da mão dela.



Houve uma época

de três arruelas,

um coral,

uma orquestra.;

houve um tempo,

que foi sempre prá mim:

e eu todo feliz e mesclado

de cores de você.



Época de tantos tentos!



Foi nessa época que descobri,

no tal copo de vinho,

que nada mais importa no mundo

do que você ligar-se a outro

espírito. Mas que seja divino!



Que seja espírito localizado

sem ligações telefônicas,

e nem formada por Universidades.

Tempo simples:

de cair mechas de purpurina,

de sufrar as uveiras,

se deliciar ao

rodopiar pelos mangueirais,

sempre alvoroçadas e

embalados por um gosto

sério de sua eterna paixão

refinada.



Não era Casa Branca,

Ou Porto dos Léus!

Nem tinha torvelinho de guerra.

A única data festiva era do amor.

A única presença era do milagre

que, em tudo, nos fazia suspirar!



Era um tempo incomum,

que a gente não dava conta,

o povo passava reto,

e as multidões

só festejavam os

santos do dia.



Passei ao largo disso.

Me escondi no coração dela

e acho que lá fiquei prá sempre

- mesmo depois de tanto tempo -



Hoje, tudo desfeito.;

o amor dela faliu de vez,

-como um banco esquecido -.

Hoje homem grande e feito,

sou tarde prá esquecer,

e acho mesmo que tudo foi

causado por falta de lei e pelas

confusões

de minhas orgiais empertigadas.



Mas, conversa vem e

conversa vai,

acho que quase lá cheguei,

pois a imagem dela

está atravessada

como uma ponte movediça

nos laços de meu coração.



E se ainda tenho isso!

Salve a Ave-Maria,

graças a ela

me perdi de vez,

de corpo e alma

no suave balançar

de seu corpo.



E bateu amor!

Amor ficou!

Não sou homem

de adquirir mais nada!

Nem um simples pedaço

de mulher alada!



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