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Poesias-->Vestindo Solidão -- 08/11/2004 - 10:12 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Comercializo castelos

de façil angústia.

Permeio pedras

e entre todas sou o

primeiro.



Não me rejubilo do feito

afinal às 10h da manhã

tenho a vista panorâmica

do que seria nós dois

se vivessemos prá se

encontrar.



Sou executivo, poliglota

falo línguas de várias

angústias.

Tudo circunstancial:

se eu fosse inteligente

ganharia você logo de frente.



Mas não sou.

Sou rede de viagens:

uma aqui,

outra ali.

Faço cruzeiros

por dentro de sua alma.



Telefone não tenho.

Pois, advinho onde você

abonece.

Deve ser no coração de

muitos poréns.



Paciência.

Não sou de ferro.

Fui criado na mansidão.



E adianta clamar por seu coração?



Mas não esperava que,

um dia, você fosse

por além de alguém,

e vivesse nele,

como ferro e malho

de minha ânsia sufragada

no além de tanta solidão.



Quero falar por você,

viver sua vida,

ser simples,

igual a

pacote de pipocas.



Mas a vida não quis

assim.

Quis você de um lado

e eu, mil léguas,à frente

de seu paraiso.



Então ficamos combinados:

você lá e eu aqui:

tudo sem sentido!



Depois não me perguntem

por mim.

Despareci entre os laços

de seus dedos.



Mas sua ânsia e segredos

lá carrrego comigo.



Um dia, quando perguntarem

de quanto eu gostei de você

diga lá: um século

à frente!

É minha solidão

de procurar alguém igual a você

e só encontrar roupas iguais

que vestem toda mulher

mas a minha não veste!
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