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| Poesias-->Promessas -- 08/11/2004 - 09:58 (José Ernesto Kappel) |
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Choro à mingua, choro
chorado, choro pesado
choro casado, choro lavado.
Choro de raiva,choro sozinho.
E não me perguntem minha
estação:
ela não tem trens.;
e não perguntem minha idade,
ela já foi comida com caridade,
e não me pergunte onde moro
porque sei que de lá não tem portas
nem de sair
nem prá entrar.
E é preciso sair.
sem ao menos pedir!
Não sou erudito
nem clássico.
Sou pernóstico e ávido!
Choro com duas mãos,
choro forte como um cão,
fere em mim a espada
sarracena, pois de onde
vim ninguém quer nem pisar:
é bem longe.
Choro forte de fazer
lágrimas, raspo o prato
e me calo, subo a montanha
e me perco, raspo o prato de lata
mas dela, só restos de lasanha.
Sou forte, sou grito,
sou homem, mas não
sou espera.
Tenho uma porta
e por ela quero sair.
Não me perguntem porquê,
nem eu sei, nem ninguém
supõe - é só olê! - Bate que dói!
Choro bravo,
feito santo sem céu,
feito mulher de prenha santa,
feito guaranição de prato pobre.
Choro feio, mas choro.
Disso, ninguém me tira.
Se sou homem sou também
a fraqueza!
Burrice! Prá que fui casar
com uma fazedora lágrimas,
que antes só me prometia milagres!
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