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| Poesias-->Não Sei Crescer -- 08/11/2004 - 09:54 (José Ernesto Kappel) |
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Sou condizente e pacífico
tenho dois patrões,
um cavalo e um patamar.;
não sou rico pois me falta a
beira-mar.
Tenho lá minhas angústias,
mas todos já se reuniram,
e disseram: isso é coisa
passageira - coisa de bonde
andando.
Mas não é. Os bondes passam
e as angústias de canseiras dos outros
voam pro meus lábios e
eu só sei susurrar - socorro.!
E não falo só pelo povo
deste tenho gosto:
adoram quebrar, com raiva,
suas próprias coisas
quando entram em rebelião
e formam aquela multidão.
- E ficam aqueles soldados lá,
cheios de cães.
Já disse que sou pacífico,
mas não contemplativo.Sou ativo,
dono de duas mulheres:
uma, que me põe na cama
quando, de bêbado esbaforido,
espanto até os animais.; e, outra,
- preventiva - rezadeira de almas,
que já jurou que vai
chorar como nunca no meu enterro.
Sou grato, por isso.
Tenho também a graça de ser
o que sempre quis:
o pacificador das horas alheias.
Todos que tem problemas
- geralmente sexuais
e assim facilmente solúveis -,
me procuram mostrando
os dentes.
E levo minha vida assim.;
gosto de alho ardente,
mas dente não tiro!
gosto de azeite popular
pois me dá um ar angular.
E me levo assim.
Um dia, um dia destes,
ainda vou perguntar alguém
estudioso do povo,
das almas alheias,
o cultivador dos pecados
de cada segundo,
vou lá eu perguntar:
Meu Deus, meu Deus,
prá que eu
fui nascer?
Se nem ao menos sei crescer!
Mas uma coisa herdei e sei fazer:
só peno a sofrer !
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