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Poesias-->Ânsia Comum -- 08/11/2004 - 09:36 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quisera ser

o último de uma fila

de dez.

Dez homens

ou dez mulheres.

Dez esperanças com

uma roda gigante

prá brincar de criança!

Quem dera se tudo

fosse de brinquedo

com cores mil,

do azul ao branco.

Quem dera!

Quisera ser

o último da fila

prá nunca ter quer entrar.

Só passar!

Quem dera se fosse de

novo criança

de brinquedo,

feito de avós e de louças!

Quisera eu ser parque

de diversões prá passear

com amigos íntimos

a procura de amores

múltiplos!

Pudera eu!

Não sou nem a metade

dos dez,

nem o primeiro e

nem o último.

Virei esperança da praça,

virei gente torta, sem raça!

Se gosto, gostei.

Mais de novo passei.

Agora, de longe

olho o que se foi

e quero trazer de volta.

Mas se trouxer,só trago a

metade de mim,

a outra metade ficou

lá longe.

E o viajante que por bem

passar vai ver a metade

de mim por lá,

e a outra metade

do que fui,

rodando e rodando,

num poço sem fundo, e trazendo,

num gesto de infelicidade,

que não tem fim,

o que sobrou de mim!



Berço de Manuseio - José Kappel - (30/1/2001 15:08:50)

Sou de berço,

de manuseio popular,

armado em frente à pracinha

colorida,

cheia de presépios

e armaduras de doces.

Sou de berço,

bem nascido

e sou sempre

bem embalado.

Pelos cristãos ou árabes,

sou dispositivo de carinho

e, por nenhum vintém,

ninguém me ousa vender.

Sou de berço,

tenho almofadas,

carimbados de borracha

e roupas felizes.

Sou de berço

bem criado,

espelho dos avós,

amante dos pais,

dispostos à visitas

de parentes e amigos.

Sou bem regulado

e ali vou crescer

angulado

de fantasias e mergulhado

em sonhos de anjos,

onde uma linha invisível

me divide

do mundo e a

a calibragem dos maledicentes.

Sou de berço,

mas agora,

bem crescido

só visito outros,

que também possuem

berços.

Faço carinho e corto

de amor sua paisagem.

Mas eu, crescido feito horto,

olho prá trás e pergunto:

Cadê meu berço?

Deus -

num dia de linha d água

e muito talvez de mau humor -

quis que eu não o tivesse.

Tivesse sim, missão muito simples:

só embalar o dos outros.

Pobre, minha mulher,

que morre de sonhos.

Sem berços próprios!

De seus próprios

filhos!





Cor Igual - José Kappel - (31/1/2001 09:10:48)

Ânsia,de várias vezes .;

ânsia disso,

ânsia daquilo,

infindáveis ânsias

que mora a pouco metros

de mim.

Na casa ao lado,

na mansão do medo,

no espigão da frente,

na moradia dos incautos,

coberta por amianto,

no prédio dos comuns,

na fresta que se abre

e luz não entra.

Ânsia sem cessar,

que não fica na porta

de ninguém

mais vive na minha, alentar.

Ânsia do meu mundo acabar

e eu com ele.

Se você já foi uma vez

tal ânsia,

sabe do que falo.

Aquilo que gargala o

estômago e medra

as mãos em suores

alados.

Se já foi ânsia,

você faz parte de mim,

de minhas coisas

e das coisas que não tenho.

E não tenho banho-maria,

nem corte marcial,

nem desfile infernal,

nem escadas prá subir

e mais outra prá descer.

Se você já foi ânsia,

sabe lá o que bem falo.

Falo do mundo que

cria fantasmas e

depois trata de

matá-los.

E minha ânsia corre o mundo:

desde Angola até Portugalo,

corre atrás da paz perdida

do sossego desavisado

da agonia desatenta.

E nesta ânsia comum

há um fato banal

e corriqueiro:

só tem ânsias

aquele que perdeu,

ou está prestes a perder,

sua viola mágica,

seu maestro de vigor,

sua infância de circos

ou seu amor fácil.

Amor fácil demais,

mas cheio de ânsias!



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