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| Poesias-->Benza ! Que Seja Minha ! -- 08/11/2004 - 09:24 (José Ernesto Kappel) |
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Sigo o caminho do vento,
temeroso e retraido.
Sua passagem às vezes
cálida, às vezes rompante.
E sempre deixa rastros
cujos donos são nós mesmos:
frágeis,decorosos e temerosos
de sua força,
de sua presença invisível,
somos o papel frágil que ele remoeja.
Sigo o caminho do vento
pois ele foi feito para
conquistar adeptos
ora diante de sua beleza,
ora de sua aridez.
Meu corpo se torna uma rija
camada de vento sem rumo
e sem prumo.
Apenas segue.
Segue indolor e sem nome.
Prá onde me leva, não sei.
Nem sei porque vou.
Se fui a chamado
a um canto de deveres.
Ou se uma festa em seus braços.
Se o vento faz a festa
eu faço o drama.
Se o vento trás a esperança
eu lhe entrego a dor.
Porque tantos me chamam
dentro deste redemoinho
de caminhadas, perdas e
holocaustos que só o interior
pode refletir e bradar?
Se leva, não trás mais.
O vento foi feito para isso:
às vezes para trair, outra para
fingir sufrágios.
Eu no portal do nada
espero por eles todos os
dias -
como se fossem dias comuns -
espero que ele faça de mim roda
de criança, louça de bonecas
ou aperitivo para os adultos.
Se ele existe veroz, eu aqui
espero.
Quem sabe, se num belo dia
sem data e sem deuses,
eles me carrega para seu interior
e me mostram
onde é o fim do mundo?
Mas que fim de mundo é esse?
Obrigado Por Você Existir - José Kappel - (17/1/2001 11:03:58)
Obrigado por você existir,
não por mera coincidência,
mas por alado frescor dos deuses.
Obrigado por você existir
e ser você.
Às vezes me perco por dizeres,
mas, agora, não posso
perder a visão do prazer
de você existir e ser
você.
De duas uma, conta a história:
Seu espírito vaga em mim,
cálido e pertinaz
fogoso e alento,
ou somos frutos
de todos os tempos,
que neste momento se iluminou
e mostrou nosso caminho.
E o céu festeiro
juntou dois espíritos
antes perdidos em si mesmo!
Obrigado por você existir
e ser você!
( Inspirado num trecho de carta
de Vânia Moreira Diniz )
Tempo das Horas - José Kappel - (18/1/2001 09:51:29)
Preciso intensamente
das horas.;
elas me impulsionam,
me faz grato
e sobretudo sagaz,
pois sem ela. não vivo.
É hora prá cá, é hora
prá lá. Toda hora é minha
hora. E são tantas que
não sei o que fazer
com o emaranhado de minutos
e segundos que me atordoam.
Mas as horas me perseguem -
como um estinlingue atiça um
pássaro -.
Se me guardo, não sei quantas horas
são. Não sei como medi-las.
Por serem inconstantes, uma hora
é assim, outra hora é diferente.
Mas sei que elas me perseguem:
não sou corredor de pista
veloz, nem autódromo
de crianças,
nem cronômetro de espartilhos,
nem vela que acalenta o morto.
Sou até bastante simples,
se não fossem tais horas
que cedo me acordam e
travam meu sono e
me levam a pensamentos
não cabíveis aqui.
Sou bom moço, de estirpe
familiar de classe baixa,
pois meu pai era vendedor
e minha mãe, assaz voadora
das coisas da vida.
Por isso as horas são
para mim,
ao mesmo
tempo, texanas e, outras,
vindas do Cabo das Tomentas.
E se me perguntarem as horas
já não vou saber:
meu relógio só marca profundidades -
e posso naufragar até 50 metros!
Bem, as horas estão passando
pro lado de cá.
E lá, uma coisa
me ensinaram:
prá amar não tem hora:
é só chegar bem na hora!
Mas isso é outro assunto
prá outra hora!
Mas é hora de ir.
Senão for, me perco nos
minutos
e me tonteio com os segundos.
Só espero que não seja
minha hora, pois isso é coisa sagrada.
Tenho até medo daquele
ditado: "cada um tem
sua hora".
Benza! Que não seja a minha!
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