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Poesias-->paródia -- 03/10/2004 - 00:19 (maria da graça ferraz) |
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Paródia
mdagraça ferraz
Mataram o poeta! Mataram o poeta!
Gritavam as crianças, à janela,
apontando o corpo estendido, braços abertos,
no centro, na rua, na cidadela
E os que acordaram, com os gritos,
diziam: Quem fez isto? Foi ele? Foi ela?
Mas ninguém sabia quem cometera
o grave delito. No asfalto, a estrela
machucada, o homem lívido deitado,
reluzia o verbo...ainda recitava
a última estrofe, o último ato
À três metros do corpo, o livro de couro,
usado, gasto, com versos pendurados
Coração massacrado, batia, em seu povo!
Maçã rubra arrancada do cesto
alimentaria a alma, dos que tinham
fome grande fome além da boca
Jaqueta retirada pelo avêsso,
às pressas, de quem parte,
sem precisar consumar a despedida
Um poeta morto, coberto, 4 velas acesas,
oferece ao mundo seu clarim- tudo que tem
Inquebrantáveis são os apelos
humanos por justiça...por fraternidade
Quem matou o poeta? Quem matou?
O desamor? A falta de misericórdia?
Ah, farsa de vida! Lobos espertos
comendo ovelhas...Esta paródia eterna!
DEUS? A pergunta que responde
a si própria, na espessura
das duas faces do mesmo espelho
Quem matou? Quem?
Um todo mundo chamado "ninguém |
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