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 | Poesias-->UM TOM LÍRICO DE VIDA -- 10/09/2004 - 01:26 (João Ferreira) |  |  |  |  |  |
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 UM TOM LÍRICO DE VIDA
 
 Jan Muá
 
 10 de setembro de 2004
 
 
 
 
 
 Todo o seu movimento gira em torno da música
 
 Concentra-se em aulas de canto
 
 Em concertos
 
 Em ajuntamentos
 
 Usa uma única linguagem
 
 Que é a da voz
 
 Soberana e lírica
 
 Amorosa
 
 Esteticamente enlevante.
 
 Seu ser não recebeu especiais dons retóricos de Quintiliano
 
 Nem de Cícero
 
 Mas foi bafejado por privilegiadas cordas vocais
 
 Que expandem arduamente as estradas sonoras do espaço
 
 Onde os simples mortais não conseguem chegar a passo.
 
 Ela vive em estado de graça
 
 Banhada na fantasia do som multiplicado e mensageiro
 
 Seu instinto vocal a leva a trautear e a cantar
 
 E a fazer ressoar na amplidão dos espaços  a sua especial voz.
 
 Seu rosto é meigo e vivo
 
 Desperto e harmonioso como promessa sinfônica da percepção musical da vida
 
 De linhas clássicas
 
 Semeado e realimentado pelo sorriso
 
 Como se estivesse embebido em sons e harmonias
 
 E recebesse o apoio de sonoras flautas e liras
 
 Ou de oboés
 
 Numa sinfonia encomendada a Beethoven.
 
 Seu olhar musical se expande e dialoga como quem tem linguagem animada na escala dos sons
 
 Sobe escadas trauteando
 
 Passa nos corredores ensaiando áreas
 
 Sempre de mansinho quase com vontade de erguer um grito soprano de Gounod
 
 Ela é uma alvorada real
 
 Sacudida pelo enamoramento da vida que a invade
 
 Possuída pela escala congênita que se esconde em suas cordas vocais
 
 É criativa
 
 E quer mostrar secretamente ou declaramente sua fala que é geneticamente musical
 
 Em sons sopranos e contraltos
 
 Competindo com os pássaros que esvoaçam pelos céus
 
 E pousam nos pinos das árvores a ensaiar seu canto alegre
 
 Ela irrompe em cada manhã a saudar a alvorada  com seu grito existencial
 
 Querendo dizer que sua vida está sendo ensaiada em tom maior
 
 Uma vida que a  possui e que não quer deixar esmorecer
 
 Uma vida que gostaria fosse apreciada e aprendida
 
 Por todos os que ao mundo vieram
 
 Por todos os que têm uma alma que não descobriram ou não educaram ainda
 
 Uma alma que tem voz
 
 Que é traduzida em tons belamente líricos
 
 E musicais
 
 Portadora de uma mensagem
 
 Que só os grandes maestros poderão perceber e entender!
 
 
 
 
 
 Jan Muá
 
 Brasília, 10 de setembro de 2004
 
 
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