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Poesias-->23 -- 08/09/2004 - 13:15 (Poeta Maldito) |
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Como pagar a dívida da existência?
Só se paga com a morte. ...
Ele acorda
Primeiro que a mulher.
Banha-se em seu belo banheiro.
A água morna e quente.
Quando sai, a mulher o espera.
Dá-lhe um beijo e serve o café.
Mesa farta, tem sucos,
Laranja e uva.
Tem queijo, fortes e fracos.
Tem pães, de vários sabores
E várias texturas.
Mas uma certa falta de apetite...
Deixou de lado a mesa
E foi logo levar os filhos
Para aquela escola.
Dois filhos, um casal,
Tão belos e gentis.
Entram todos no carro.
Não o último modelo,
Mas o que ele achava melhor.
Tão espaçoso que levaria mais dois filhos.
Negro e resplandecente.
Contudo, uma potência faltava ali.
Os filhos riam e contavam histórias
No caminho da escola,
Mas ele não escutava.
Uma certa falta de paciência
O espreitava.
Não era comum, ser paquerado
Mas naquele dia,
Uma mulher que o olhava sempre ao longe
Veio até ele
Quando os filhos já estavam na escola.
Disse-lhe que era lindo
E há muito tempo estava apaixonada.
Ele mesmo a achou linda,
Mas o beijo que ela quis lhe dar em seguida
Negou, apesar de te-la beijado.
Chega então em sua empresa.
O mais novo e moderno edifício da cidade,
Um pouco fora da cidade,
No meio de um grande parque
Verde, arborizado, florido.
Entrava com som de pássaros.
Estacionando, recebia o primeiro “bom-dia”.
Entrando no prédio, recebia um novo “bom-dia”
E um “bom trabalho”.
O prédio limpo recebia a luz do sol da manhã
Através das paredes de vidro
Aquecendo assim todo o ambiente.
Era agradável ali.
Mas uma certa indolência...
Foi direto a sua sala.
Antipenúltimo andar.
Se via cidade dali.
Com algum esforço poderia ver a própria casa.
Uma sala com as comodidades que queria.
Mas não era tanta coisa.
Uma porta de vidro, atrás de sua mesa,
Dava para uma varanda.
Era ali que estava agora.
E dali ele viu tudo.
Sua casa ao longe,
Achou até ter visto sua mulher.
A escola dos filhos logo ali,
Achou até ter visto seus filhos.
Dali ele via o horizonte,
Os montes neblinados dando volta na cidade.
As cores do céu naquela manhã,
Que nunca tinha reparado.
Olhava o céu comtemplando-o.
Pensava que tudo era belo demais,
Que era tudo bom demais.
Mas ele não sentia-se assim.
E por um descuido,
Ainda olhando para o céu,
Percebe que está caindo.
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