Usina de Letras
Usina de Letras
10 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63337 )
Cartas ( 21353)
Contos (13304)
Cordel (10362)
Crônicas (22580)
Discursos (3249)
Ensaios - (10717)
Erótico (13596)
Frases (51865)
Humor (20198)
Infantil (5632)
Infanto Juvenil (4968)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141349)
Redação (3361)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6370)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Contexto (*) -- 28/08/2004 - 14:31 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Contexto (*)





Modifica tanto

Essa pedra dura,

Que a escultura

Ganha só encanto.





De repente, encontro

O artista do mármore

Debaixo da árvore,

Que diz: "Breve apronto!"





Gasta tempo enorme.

São dias e noites,

Do vento aos açoites,

Trabalha e não dorme.





A imagem mais bela

Quer ele esculpir.

E, no seu porvir,

Lapida, cinzela.





Repensa o escultor.

O marmor desgasta.;

Diz alto: "Não basta!"

-- Trabalho de amor.





Tarefa difícil.

Nem sempre acabada

Como é esperada:

Pedra não é císsil.





Engenho de mestre,

Técnica de artista.

De longe se avista

A rocha e o cipreste.





Na busca da forma,

Esculpe. Melhora

O talhe. Aprimora.

Nunca se conforma.





A arte não é hêmera.;

Para dominá-la,

É preciso amá-la

E ter muita têmpera.





No Direito "civile",

Busca a disciplina.;

A vista lhe ensina:

Não pode ser mítile.





Usa a ferramenta

Com todo o cuidado

E não ouve o brado

Que surge e aumenta.





Suas efemérides

Vão contar bastante.

E sonha, distante,

Imagens hespérides.





Esculpe contente.

Na vaidade fátua,

Remodela a estátua,

Que parece gente.





Nela, o antagonismo:

Rosto um pouco lépido,

Olhar vago e tépido

Com ar de cinismo.





Cabelo lofócomo,

Penacho eriçado,

Tronco cinzelado

Por corte diáfano.





Nariz amassado.

Lábios leptocúrticos,

De contornos rústicos,

Lembrando o passado.





Face arredondada.

Grossas sobrancelhas,

Pequeninas celhas:

Imagem sagrada.





Pouca claridade

Faz-lhe o corpo opaco:

Parece um meinácu

Na primeira idade!





O artesão corrige:

Procura um detalhe.

Não encontra o talhe

Que o capricho exige.





A luta perdura

Na lida incessante,

Que o ofício garante

Talhar a escultura.





Com os instrumentos,

Em plena ação,

Sequer treme a mão.;

Voa em pensamentos.





Bate forte o gradim.;

Vê: é firme a pedra...

A restrição medra

E nunca tem fim.





Empenha-se bravo

No trabalho ingrato.;

Dá-lhe todo o trato:

Da torna-se escravo.





Nunca iconoclasta.

Torce, ajeita, emenda

A imagem tremenda,

Que pule e contrasta.





Quebra a ferramenta

Buscando os contornos,

Sem ferir adornos

Que a figura ostenta.





Não é tão bonita

A face formada,

Mas fica gravada

A efígie bendita.





A obra, bem ou mal,

Está terminada.

É mais uma estrada

Que chega ao final.





Na vida, é assim:

Na desgraça ou glória,

Fracasso ou vitória,

Tudo tem seu fim!





__________

(*) Classificado em 4° lugar na "Semana da Arte e Cultura da UDF", em 1974. "Grandes Talentos", volume 1, 1ª edição, Rio de Janeiro, Editora Litteris,1993, páginas 14-18.















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui