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Poesias-->LOUCURA 8 -- 21/08/2004 - 02:00 (maria da graça ferraz) |
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Loucura 8
mdagraça ferraz
Exposição de arte futurista
No palco central da galeria,
uma escultura sobressaía-se
No pedestal de mármore ,
a figura de proporções enormes,
feita a pedra, chamada Anjo
E todos os visitantes sorriam
porque ninguém reconhecia
um anjo no que seria o anjo
Tratáva-se de um cubo esguio,
do formato de um edifício branco
E só
Não havia asas
Não havia asas
Onde estaria um anjo no anjo?
Cadê o louco artista
que, ousado, idealizou isto?
Não havia olhos
Nem janelas
Ou orifícios
Exceto o cubo longo
que poderia ser um obelisco
caso não fosse a estremidade
feminina quadrada
Sentada à sua frente,
solitária eu, calada,
eu via...um anjo
A caixa mágica
que se abria nas alturas
Eu tinha olhos
compridos. Eu via-a de cima.
No algo mínimo
No algo difícil
que faz as diferenças
das coisas do mundo
Eu via o anjo, perfeito,
e ele sorria, ao meu lado,
nem acima
nem abaixo
do nível do meu peito
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