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Poesias-->LOUCURA 13 -- 21/08/2004 - 01:44 (maria da graça ferraz) |
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Loucura 13
mdagraça ferraz
Do terraço
do edifício mais alto
via-se a cidade
como um corpo aberto,
exposto, dissecado
A escuridão. A quietude.
O gigante tombado
aberta a camisa
de madrugada
Nenhuma peristalse
Apenas o pulso
da estrela distante
E nas ruas que lhe
traçavam o mapa -
negrazuladas como veias,
passavam os homenzinhos
recolhendo sucata e lixo,
o carro da polícia,
o furgão da ambulância
Eram os glóbulos vermelhos
Eram os glóbulos brancos
Os corpos circulantes, mantenedores
da vida vegetativa,
enquanto o sino
da igrejinha resplandecia,
solitário, cheio de pombas,
e a lágrima da mãe nova,
deslizante, corria, em sigilo,
até que o galo cantasse
junto com o choro do recém-nascido
E a cidade despertasse
com seus íntimos ruídos
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