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| Poesias-->manhãs brancas -- 25/07/2004 - 20:13 (maria da graça ferraz) |
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Manhã branca
mdagraça ferraz
Incinerar-me após a morte?
Aniquilar de vez o corpo?
Tornar tudo mais rápido
e menos doloroso
Não. Quero o direito
à moldura
Voltar a ser concha,
pedra, osso
O pó é mais fino
do que as cinzas
e nas manhãs brancas
eleva-se ao ar
como um pensamento
de poeta
Minha alma
quer o despertar lento
de um pássaro
desenhado
sobre o ombro esquerdo
quando o braço,
súbito, levanta-se ,
e aponta a imensidão
do espaço
Deixa-me voar
com meus laços de fita
com meu perfume preferido
Deixa-me ir
com a nostalgia
dos que se desfazem
aos poucos
das bijuterias
Deixa a caixinha adorno
aberta intacta
ainda que vazia
Deixa em paz meu corpo
Até...até mais!
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