Usina de Letras
Usina de Letras
61 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63512 )
Cartas ( 21356)
Contos (13309)
Cordel (10366)
Crônicas (22589)
Discursos (3250)
Ensaios - (10777)
Erótico (13603)
Frases (52003)
Humor (20212)
Infantil (5651)
Infanto Juvenil (5009)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141403)
Redação (3380)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2445)
Textos Jurídicos (1975)
Textos Religiosos/Sermões (6396)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->recordações 10 -- 16/07/2004 - 00:14 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
recordações 10



mdagraça ferraz







Meu avô morrera



Eu nunca tinha visto



um morto



A sala na penumbra



As pessoas de negro



iguais corvos



O pranto. A reza.



O morto. Meu avô.



Fui até seu rosto



Ele tinha um rosto morto



num corpo morto



numa roupa morta



Era muito morto



Morto demais



que nem olho mexia



O pranto. A reza.



As pessoas de negro



iguais corvos



Os pêsames. As lástimas.



O morto. Meu avô.



Tinha um cabelo morto



boca morta



mãos mortas



O morto era muito morto



Nem um olho tremia



Mais morto



do que uma poltrona



do que um peixe



do que uma poça de água



A imobilidade



daquele tarde



que não compreendia



Todos choravam



saudades



do morto - do morto



que não se mexia



E no meio do frio,



algo invisível,



com carinho,



afagava meu pés-



quietinhos imóveis



nas quinze para três



E o sapato do morto



juntos, para cima,



na meia- noite



Ele se fechara



Eu me abria











Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui