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Poesias-->LOBISOMEM -- 07/07/2004 - 13:05 (Marco Antonio Cardoso) |
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Eu arrastei o chinelo velho
Até a porta da cozinha,
Que dava para o terreiro.
As galinhas faziam barulho,
Como se algum bicho
Estivesse a caça-las.
- Vou descarregar a espingarda!
Sai do negrume da noite
Par de olhos amarelos
Que faz tremer meus chinelos.
Disparo feito um doido,
A esmo em sua direção,
Acertei seu coração.
- Volte lá pras profundas!
Percebi pelo movimento
Que se embrenhou pelo mato,
Sumindo de minha vista.
Assim que raiou o dia,
Segui sua trilha deixada
Na desenfreada fuga.
- Vou tirar couro de bicho!
Lá na frente ia Valente,
Meu cachorro de caça,
Fuçando por toda parte.
Agoniado que estava,
Latia e sacudia a cauda,
Querendo me mostrar algo.
- Fica quieto Valente!
Numa moita escondido
Estava o corpo de um homem,
Nu como veio ao mundo.
Um ferimento de bala
Foi o que o matou,
O corpo estava gelado.
- Vejamos quem era o cão!
Ao virar o dito cujo,
Qual não foi o meu espanto
Que já se fazia pranto.
O homem morto no mato
Era meu irmão de sangue,
Morto por minha bala.
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