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Poesias-->ninguém via -- 03/07/2004 - 23:37 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ninguém sabia

mdagraça ferraz







Encontrado morto

numa rua escura

Quem era? Ninguém sabia

Ao lado do corpo,

um gato negro

tinha um rosto que ria

Estranho o gato. Estranho morto.

Estranha Estranha vida

Quem era o homem?

Ninguém sabia

Do que morreu?

Por que morreu?

Desígnios! Infortúnios!

Quem sabe é Deus

Era tudo que diziam

A boca vazia

Os bolso vazios

Entre as mãos do homem,

duras, rígidas,

um boleto da loteria,

tão sujo quanto o mundo,

tão velho quanto

a desfaçatez humana

Alguém lembrou, então,

que era um mendigo

vadio maltrapilho

que nem nome tinha

Do que viveu?

Para que viveu?

Ninguém sabia

Era mais uma das vítimas

desafortunadas

da cidade fria

Mais tarde,

souberam que o bilhete

fora premiado

semanas atrás

E que o homem era cego

E que ele morrera

de causas naturais

E que o gato era gata prenha

Ninguém sabia

E que ele se chamava

Brasileiro da silva selva salva

E que a vida continuava

nas ruas escuras

E que a esperança

tinha muita valia

mas era coisa nenhuma

nas mãos de quem nada via

E Ninguém sabia

e até hoje não sabe também



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