(Do Livro: "PEQUENA HISTÓRIA DE UM GRANDE AMOR" - de Antônio Esteves de Faria)
UMA ALEGRIA SENTI
Eu passara a ser, assim, um meio estudioso de poesia, motivado pelo romance com Lili. O Amor tem também essa característica:torna-nos mais sensíveis. Por isso mesmo, eu passara a gostar também um pouco mais de música. Achava até que podia ser cantor! E cantara mesmo, numa casa de diversões e até fizera setas para a Lili, cantando “Madressilvas” e outras.Nas minhas andanças pelo mundo da poesia, conhecera o verso alexandrino, composto de dois hemistíquios, de seis sílabas cada um.
E, no aniversário de Lili, não tendo dinheiro para comprar-lhe um presente, peguei um livro menos velho, na estante e, na contra capa, escrevi-lhe esta poesia, em famosos versos alexandrinos:
Era vinte e seis, era o mês de fevereiro,
Eu não sei porque, uma alegria senti,
Uma alegria d’alma e coração inteiro,
É que alguém nasceu e iria chamar-se Lili.
Foi num lindo arraial e daqui bem distante,
Mas mesmo longe, vi que me encontrava amante,
D’alguém estranho a mim e que o amor conhecia.
Residiu por lá muitos anos, mas em fim,
Foi esquecendo tudo que por lá sentia
E veio pr’aqui, dar o seu amor a mim.
Hoje quando celebras, amada e vida minha,
Teu aniversário, com pompa e toda gracinha,
Não vou dar-te um presente e sim dar-te um livrinho,
Para lembrares, hoje e sempre do Toninho.
Lili, lê esta poesia e conhece-te a ti mesma! Isto, para que, quando cambaleares na vida, não te emudeceres, pois não terás caído, mas estarás a enfrentar o mais árduo combate, para conquistares a mais bela vitória: a vida pura!
