Abro meus olhos, a luz da manhã chegou,
enrosco nos lençóis ainda a sentir teu cheiro
busco o resto do teu calor, rolo para o lado
peço para ser de verdade a tua presença em mim
Lentamente, sento na cama e cessa a procura
você nunca esteve aqui, mais um sonho,
toco o travesseiro e ele tem a tua marca...
como pode? De que jeito? Quem és?
Não há resposta, não há ninguém, nada!
Corre um arrepio, que me consome e acorda
meus sentidos estão alerta, à espera,
corro os dedos pelo corpo, e não há marcas
sei agora que não esteve aqui, nunca.
Desço da cama, as roupas em ordem na cadeira
minha certeza de tua ausência, que pena
prenúncio da tua falta, do teu corpo
eu desisto de te procurar, sento e choro.
Então, a janela escancara e sopra o vento
morno e envolvente, abraçando meu corpo
agora de braços abertos te recebo, inteiro
vieste sorrateiro pelo ar me tocar,
me fazer feliz, me dizer: te amo, bom dia.
Pronto, sorrio, danço, sou de novo feliz.
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