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Poesias-->a mensageira -- 30/05/2004 - 21:15 (maria da graça ferraz) |
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A mensageira
mdagraça ferraz
Eu vim até aqui
para salvar a poesia
que agoniza, mal respira,
em mãos duras e ásperas
Eu vim até aqui
É longo o caminho
Perdi-me em atalhos,
para salvar a criança
maltratada
Há excesso de tinta
vermelho -escuro
nas folhas brancas
Eu vim até aqui
como quem se atira
sem medo de rir
ou de se doer
Vim para socorrer
a menina doce
antes que a tomem,
violem, prendam-na,
na alta torre,
por não desvendarem
o seu segredo
Eu vim aqui
com sandálias de dedo
Cheguei agora
Ainda dá tempo
para salvar a poesia?
Porque ela não
sabe morrer sozinha
E morreremos as duas,
ajoelhadas, sorridentes,
surdas-mudas,
repletas de palavras
E quem morre assim,
salva-se
Vim para avisar
que se três quartos
estão no andar de baixo,
sobra um quarto,
água-furtada,
acima do mundo
acima da violência
acima do tumulto
Imune aos saques
E que se abre
à poesia-
misteriosa chave
Vim até aqui
salvar a poesia
pagar o resgaste
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