Usina de Letras
Usina de Letras
24 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63337 )
Cartas ( 21353)
Contos (13304)
Cordel (10362)
Crônicas (22580)
Discursos (3249)
Ensaios - (10718)
Erótico (13596)
Frases (51866)
Humor (20198)
Infantil (5632)
Infanto Juvenil (4968)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141349)
Redação (3361)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6370)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->DO ACASO AO DESTINO -- 20/05/2004 - 17:29 (Rogério Beier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Do Acaso ao Destino

Por Rogério Beier



Acordei.

E como de costume, me levantei,

fui ao banheiro e me lavei:

Dentes, barba, cabelo,

enfim, o corpo inteiro

Segui o ritual diário de minha vida

Sem sequer imaginar

que ainda naquele dia,

meu fim iria encontrar.



Sentei.

E como de costume, nada falei.

Apenas tomei o habitual café quente

E despedi-me da mulher com o usual beijo frio

“- Até já!” - disse automaticamente.

E ela respondeu igualmente.



Caminhei.

E como de costume, me apressei.

Ainda havia muito que fazer e a terminar.

Para a tão sonhada promoção ganhar.

Sonhos, viagens e a mulher, podiam esperar.

Afinal, um dia, ambos iríamos aproveitar.



Embarquei.

E como de costume, o melhor lugar procurei.

Escolhi o que estava com os dois assentos vagos

Pois não queria ninguém a me incomodar logo ao lado.

Elaborava meus planos para o futuro

Sem notar que meu único futuro já havia chegado

Numa briga de trânsito, em um motorista exaltado,

Com o revólver em punho e num tiro descuidado.

O destinatário original da bala no chão se jogou

E por um desses acasos, a bala simplesmente se desviou

E justamente no banco que havia escolhido me encontrou.



Despenquei.

E como não era costume, chorei.

E ainda pouco antes de partir, me lembrei:

O beijo frio, seguido do automático “Até já”,

Os sonhos planejados e as viagens a aproveitar.

Como teria agido se soubesse que a morte, naquele dia, iria me levar?

E ali, no chão daquele ônibus já tingido de vermelho,

Deixei minha última lágrima rolar,

A pensar na ironia de um mero acaso ao destino levar.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui