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Poesias-->verdade -- 16/05/2004 - 01:28 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Verdade

mdagraça ferraz





Nunca te atinjo,

ó verdade golpeada,

à lâmina de machado

Estás em toda parte,

maculada, ferida

Expõe-te nua,

no grito da criança

á porta, um dos muitos filhos

de pé ferido,

da viúva perdida



Insinua-te

no desenho labiríntico

do mapa rodoviário

de qualquer cidade .;

no teto da basílica

de São Pedro .; estás lá

Pequena, riquinha,

como um anjinho vaidoso,

talhado em cedro,

banhado em ouro,

estás lá ainda assim

à espera



Nunca te possuo, Ó verdade

Quebra-te

como uma onda

nas rochas duras

e oferta-te

em gotículas de espuma



Nunca te capturo

Ó verdade, coisa tanta

de coisa nenhuma!

Espanta

Insulta







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