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Poesias-->DIAS DE FELICIDADE ABSOLUTA -- 06/05/2004 - 13:01 (Anderson Christofoletti) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


DIAS DE FELICIDADE ABSOLUTA





Chove incessantemente nesta terça-feira de maio .

O barulho das gotas caindo não é mais solitário

Do que minha tarde entre quatro paredes.;

Do que as tardes entre o mundo e eu.



Debaixo desse céu blindado

Fica difícil dizer

Se o sol voltará

Ainda hoje.;

Fica difícil entender

O porquê

Dos olhos fechados,

Dos passos apertados,

Dos sorrisos cansados...



Um cachorro se abriga

Sob

Um caminhão,

(Parece guardar em seus olhos

Uma paz maior do que posso imaginar,

Maior do que posso suportar).



Os carros passam

Em poças

Que se rasgam

Em desejo

De serem chuva:

Força inversa

Que combata o destino

Que as foi concedido.



A moça desistiu de correr:

A água já tomou seu corpo

E agora é inevitável

Que olhos alheios não busquem

Antigos anseios

Sobre a moça que sempre caminhava

Reta

E certa da pureza do medo.



Olho para a cidade

Ela se guarda numa visão em branco e preto.

Não há arco-íris

Reluzindo sobre as serpentes de metal

Que escorrem pelas ruas

Por entre arranha-céus.



Olho para a cidade

E ela parece abraçar as pessoas

Com seus braços virtuais

Que não ultrapassam

A tela de um televisor

Queimado e abandonado num lixão qualquer.



Há fumaça de óleo diesel

Invadindo meus pulmões.

Pelo rádio, ouço a promessa

De um amanhã ensolarado

- Não é bem uma promessa, mas sim um previsão

Inexata -.



O telefone toca.

Você me pergunta se ainda há amor.

Devo confessar que isso me assusta

Pela remota possibilidade de existir amor

E pela inseparável adaga que essa possibilidade

Carrega.



A chuva acalmou ,

Ou será que sou eu que estou mais conformado?

A água umedece o reflexo de meus olhos,

Umedece a lembrança seca de tempos verdes,

De flores imaculadas

E daquele olhar perfumado.



Abro minha agenda

E dela ,sorrateiramente, escapa

Uma foto,

Um tempo,

Um sentimento,

Um sorriso despropositado...

Escapam dias de segundos preciosamente aproveitados

E inesquecivelmente consumidos.



Acho que estou

Menos novo

- Neste caso, meu copo está metade vazio – .

Ah, malditos dias chuvosos

De memória intrusa!

Vou hoje mesmo

(Debaixo de chuva forte)

Protestar com o Homem lá de cima:

Quem mandou Ele colocar

Coração no peito de quem ama?

Quem Lhe deu a idéia

De prender à minha memória

Dias de felicidade absoluta?





©Anderson Christofoletti

Todos os direitos reservados ao autor

poetadasrosas@ig.com.br

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