LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Cáliz Ingrato/Cálice Ingrato_Alberto Peyrano (trad. Maria ) -- 01/05/2004 - 18:30 (MARIA PETRONILHO) |
|
|
| |
CÁLIZ INGRATO
Y se hace vieja la calle...
Tan vieja y agobiada,
depositada en esos ojos nuevos
que nacieron en un país que duerme ,
donde la mañana sólo sirve para nada...
Existe un árbol donde un pájaro
renunció a su canto cierta noche,
y le contó al poeta
la negra pesadilla que observó
bajo sus ramas,
tal vez para llorar con él
o para buscar apoyo
en los gritos del verso
que la angustia inspira,
con la esperanza anticipada y casi vana
de un poeta escuchado y atendido
en medio del vacío.
Se le va el aliento al futuro,
ensayando a tientas la sobrevivencia,
nadando entre los vómitos inéditos
que son lanzados en diarios y cartones,
y que se tragan en el plato de comida
que tiene gusto a rabia
y a resentimiento.
Es un cáliz ingrato el que ofreces,
mi ciudad, a tus hijos y al presente,
que hace pensar en un solar
ausente
o desaparecido,
vacío de esperanzas, protección o abrigo
y donde no se pueden
ensayar pasos hacia el frente.
Tu presente profano, ciudad,
cachetea muy duro y sin piedad
a mi futuro,
a mi no-ser que clama
porque apartes este cáliz
donde el poema
quedó disuelto en lágrimas
junto al pájaro inerte
que se volvió al olvido.
**** * ***
Cálice ingrato
Alberto Peyrano
E faz-se velha a rua...
Tão velha e angustiada
confiada nesses olhos novos
que nasceram num país que dorme,
onde a manhã só serve para nada....
Existe uma árvore onde um pássar
renunciou ao seu canto certa noite,
e confidenciou ao poeta
a negra inquietação que observou
sob as suas ramas
talvez para chorar com ele
ou para buscar apoio
nos gritos do verso
que a angústia inspira
com a esperança antecipada e quase vã
de um poeta escutado e acatado
no meio do vazio.
Vai-se o alento no futuro
ensaiando às tentativas a sobrevivência
nadando entre os vómitos inéditos
que são lançados em diários e panfletos
e que se tragam no prato de comida
que tem gosto de raiva
E de ressentimento
É um cálice ingrato o que ofereces,
minha cidade, aos teus filhos e ao presente,
que faz pensar numa linhagem
ausente
ou desaparecida,
vazia de esperanças, protecção e abrigo
e onde não se podem
Ensaiar passos avante
O teu presente profano, cidade,
esbofeteia com muita dureza e sem piedade
o meu futuro,
o meu não-ser que clama
para que afastes este cálice
onde o poema
se desfez em lágrimas
junto ao pássaro inerte
Que retornou para o esquecimento.
Alberto Peyrano
Buenos Aires, Abril 2004
(Versão p/ português, Maria Petronilho, Lisboa, 1º de Maio, 2004)
|
|