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Poesias-->o ancião -- 25/04/2004 - 22:02 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ANCIÃO

MDAGRAÇA FERRAZ





Da janela do meu consultório,

todos os dias, fins de tarde,

guardo o estetoscópio,

e olhar científico alarga-se

A avenida. Luzes de faróis.

Mariposas. Vaga-lumes.

Fósforos em meio ao atol

Passantes apressados

conferem as horas no relógio central



De repente, todo final do dia,

eu os vejo - estranho cortejo

A torre alta da Governadoria

A cúpula redonda da igreja

E entre as duas:

O vendedor de balões de gás

coloridos, flutua, não cai

Uma série de crianças seguem-no,

a pular, como notas musicais

Atrás delas, um jovem padre,

perdido, batina escura,

bendiz ao céu que nem

ele mais sabe onde está

"Roubaram-nos o céu"-ele grita

Nuvens baixas, ferozes, infiéis,

acompanham sua lúgubre voz



Atrás do noviço,

personagens da triste rua:

bandidos, polícias, vítimas,

testemunhas, ambulâncias,

carros fúnebres, lotações,

cachorros vadios, a manada,

o cordão, os enganados,

a multidão de desesperados



E lá

E lá

E lá

Meus olhos fixam um ponto invisível

O ancião abandonado,

dos homens - o ultraje e o escárnio,

estende a longa mão

E aquela mão esquálida,

desejaria beijá-la

Aquela mão que suporta

as dores de todos,

dá-lhes o sagrado sentido,

mãos sujas de argila,sábias,

O artesão, incompreendido,

talvez não, mãos leves,

mansas, compassivas



Mãos que se estendem

como uma estrela que brilha

e nunca são vencidas

Nem pelo desamor. Nem pela fúria.

Benditas! Benditas!

Fins de tarde, todos os dias,

meus olhos científicos, piscam,

desenham compassos







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