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Poesias-->a casa dele -- 24/04/2004 - 01:49 (maria da graça ferraz) |
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A casa dele
sempre me pareceu estranha
Estranha, no sentido
mais bonito da palavra
Parreiras cresciam
sobre o telhado,
rufos e cumeeiras
Havia sempre,
lá na casa dele,
cheiro de uva doce-
etéreo o muro
Embriagante
Alucinador
Na casa dele,
sentava-se no chão
sobre almofadados,
descalço,
cabeça descoberta,
se possível, de roupa branca
As janelas ancestrais
formavam retábulos
de coloridos vitrais
e quando o sol nascia
ou se punha,
as janelas pareciam
rosas vivas,
e há quem diga
que já viu algumas delas
no curioso giro
Ali, uma brisa
sempre soprava,
fresca, nova .;
e havia ainda o ruído bom
de fonte por todos os lados
que não se sabia de onde vinha
A casa dele
não possuía divisão
Era como um alpendre,
celeiro, galpão
Nos tetos altos e verdes,
pássaros de arribação
voavam livres
Nesta casa dele,
foi quando experenciei
o amor em sua totalidade:
juiz- sacerdote- rei
Um dia, eu sei,
para ali, retornarei,
à casa dele,
para secar a dor,
pendurar a casaca puída,
suada, sanguínea,
e permanecer nua, dançarina,
escorregadia, livre,fluida,
....
como uma partícula de energia
pequenino sino!
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