Qualquer palavra é menos que a sensação
e um pensamento de um engenheiro na construção
de uma aquarela caindo braços, levando amor
d’olhos numa cena de jurar eterno perceber cor.
Qualquer palavra morre num momento
em que não há parado olhar de nada ver
numa cegueira, falta d’olhos e razão, impetuosa
de saber a paixão, um vir não ter, mas não sumir...
Não há amor nem matéria no poema
que a palavra é qualquer coisa sem tempo
e só um pensamento a esculpir uma estátua
faz duma imagem real mor beleza ser,
que há matéria e explosão nas almas mais
que, à luz de uma folha, contorno de pena.
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