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Poesias-->Da parecença -- 11/04/2004 - 15:11 (Isaias Zuza Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Eu a vi profunda como longe no fundo de um retrato

que parece se esconder nos olhos vazios, olhos distraídos

o repente de luz a captar toda a fúria do silêncio e

toda ela sendo, toda, gesto de lentidão numa folha de papel.



Mirei flores por todo canteiro, mas não calculei espinhos

e tudo o que vi foi natureza morrendo roxa, branco tombando

vermelho que era antes da seda nascida do broto da terra

e tudo o que vi era sangue e minha desilusão exposta no teu ventre.



E eu parecia entender da física na força de teus passos e

parecia entender da matemática da ignorância nos teus olhos

e fez ciência o que era fé, explosão de morte o que era energia.



E toda biologia não tinha mais a reação dos corpos

como fosse o fim da natureza na matéria expulsa dos poros

como se transformando em profunda longe do fundo de um retrato.

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