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 | Poesias-->PAZES - soneto -- 14/03/2004 - 20:15 (Lílian Maial) |  |  |  |  |  |
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 PAZES
 
 Lílian Maial
 
 RJ, 14/03/2004
 
 
 
 
 
 
 
 Que venha o vento, o sol, a tempestade,
 
 venha esse amor, de morte, ou de mentira,
 
 que eu alço um vôo só pela metade
 
 e a outra metade aguardo em tua mira.
 
 
 
 
 
 Que essa distância encurte a nossa dor,
 
 mesmo abatida, a ave não se entrega,
 
 rezar, não rezo, expio o teu rancor,
 
 meu paraíso é a chaga que te alberga.
 
 
 
 
 
 Se de meu corpo, inerte, a tua sorte
 
 faz renascer, qual fênix, da morte,
 
 fragilizada chama da paixão,
 
 
 
 
 
 deito-me rija, marmórea, empalhada,
 
 pequena pedra, de vida entalhada,
 
 sobrevivente do teu coração.
 
 
 
 
 
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