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Poesias-->LIMBO******** -- 19/02/2004 - 03:31 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LIMBO

Elane Tomich



Não, lá não tem telefone!

a estrada dilui-se em reta,

a música é de gramofone,

saída pequena e incerta

onde o adeus se aperta

num silêncio de renome.

Há mais janelas que portas.

Do mundo, imprecisa notícia,

assunto vago, não importa...

Há uma bruma propícia,

que encoberta o passado

trazendo idéias tortas

a um tempo pré-datado.

Não há caixa de correio.

Num espelho emoldurado,

futuro partido ao meio.

Um pouco dele é presente,

o resto é pura vigília

de flores de buganvília.

Ali a mentira não agita

aquilo que à carne grita

num resto de terra aderente

Na casa desta charada

onde sorriu-me o sorriso,

um anjo de asa quebrada

sem um pingo de juízo,

conduziu-me em travessia

à chegada da saída,

onde o medo se esvazia!

Não sei se é, o que esqueço

dentro da minha saudade.

Algo em mim sabe o endereço

da minha perplexidade.

Canta a ave do sono, insone,

a brisa sopra reticente,

desculpe! Esqueci meu nome,

mas acho que era Gente.



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