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Poesias-->saber voltar -- 04/02/2004 - 01:25 (maria da graça ferraz) |
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Saber voltar
gracias a la vida
Soltar o canto de liberdade
como um prisioneiro entre as grades
Soltar a tua voz...O triste hino
como um bando de passarinhos
Porque teu verso é tua alma
Ele deve atravessar a cidade,
os campos, os caminhos, as madrugadas
e misturar-se às coisas e à gente
Recebeste o dom triste e belo
de ser flauta e de ser escuridão
no mesmo espaço, ao mesmo tempo
Traz em ti a voz multiplicada
das multidões de sozinhos
que gritam desesperados
Traz em ti o segredo das abóbadas
altas das catedrais góticas
cheias de enfeite de vento
como seios de virgem
recheados de doce de leite
E quando vierem procurá-lo
não o encontrarão em nenhum lugar
Onde está o poeta? Onde está?
Estarás em tudo. Aqui. Acolá.
Ouvirão teu riso vitorioso
dentro de si mesmos
Barca abandonada, és tu poeta,
pintada de amarelo,
abandonada, atrelada à terra,
cheia de água, cheia de água
Como quem sempre parte,
sabendo voltar!
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