LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->quem somos? -- 04/02/2004 - 01:01 (maria da graça ferraz) |
|
|
| |
Não há uma tristeza absoluta
E nem uma alegria infinita
O que dizes oposto, completa-se,
como as duas faces do mesmo rosto.;
como tempero de pimenta
no caldo verde de alface.;
como a lantejoula no bolso
do traje cinza.;
como a moeda no ar : cara e coroa.;
como a médica e a poeta louca
O algo que cala
está dentro do algo que estoura
O que te sabe,
também te ignora
És também um outro
E o outro é aquele outro
e mais outro
O que é o mundo?
Mãos opostas, separadas,
inexplicáveis, que lutam
pelo encontro,
como sombras de asas
sem pouso sobre águas
Para seres definido,
algo tem que negá-lo
e algo tem que afirmá-lo
ao mesmo tempo
no mesmo palco
És duplo embora não o saibas!
Como uma cortina
Como um livro
Como um órgão
entreabertos
Deixa-te então atravessar
pela luz, pelo cântico, pelo verbo
Não tenhas medo
de seres parte humano
e parte divino
De seres um branco cântaro
a verter pelo infinito
sementes coloridas:
teatro, astros, crianças trágicas
Soluços satisfeitos
Teias que se rasgam
Contrários e contrários!
|
|