102 usuários online |
| |
|
Poesias-->Nada tenho, nada sinto -- 31/01/2004 - 18:47 (Ernane Calado de Souza Melo) |
|
|
| |
Tantas vezes te procurei
Nos sonhos em vigília
Ou nas madrugadas
Em que perdi o sono.
Nas tardes de domingo,
Nos parques ensolarados.
Meus passos te seguiam
Sombra invisível,
Vozes inaudíveis.
Mas estavas ali
Em lugar nenhum,
Por todos os cantos,
Em todas canções,
Em todos os lamentos.
Tantas vezes não te vi
Tão próximo quanto agora.
Ouço o teu ritmo ofegante.
Passas e não te vejo.
Como se vento fosses
Arfando as folhas do bosque
Que me abriga do silêncio
Das palavras que não ouço.
A tristeza que não sinto,
A alegria que foi embora,
Nada tenho, nada sinto,
Nada acontece de novo
E a solidão é o nada
Que preenche meu vazio.
|
|