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Poesias-->naturalmente -- 09/01/2004 - 21:24 (maria da graça ferraz) |
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Naturalmente
gracias a la vida
Como? Não vens visitar
a família? - gemia minha mãe
E lá eu ia...
Nós nos reuníamos
na grande sala de visitas-
alpendre aberto verde
no centro do sítio
Meu tio com
seu copo de uísque
Minha tia mais velha
com seu rosário
Meu irmão com
seus carros de corrida
Minha outra tia
com seus bordados
Minha cunhada
a ralhar com um dos filhos
Minha prima
com seus mexericos
Minha mãe
com suas fantasias
Meu pai
com seu rádio de pilha
e seus jornais
Meus sobrinhos,
entre nós, corriam,
sem saber para onde iam
Invejável a rebeldia
das crianças!
Cada um de nós,
imersos, entretidos,
no que fazíamos
Éramos felicíssimos
sozinhos juntos
Às vezes, levantava-me,
dos livros, dos fastios,
cruzava o alpendre,
e um vento frio me percorria
" Eles não se mexiam"
Sentia-me presa
à um museu de cera!
Foi nesta época
que aprendi a falar com insetos,
principalmente com os mosquitos,
que me mordiam,
seguindo o curso
biológico
naturalmente
o destino
E me provavam
que eu ainda estava viva
melancólica
natalmente!
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