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| Poesias-->areia molhada -- 09/01/2004 - 21:23 (maria da graça ferraz) |
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Areia molhada
gracias a la vida
Verões prolongados aqueles!
Eu e ele
permanecíamos deitados
na areia, lado a lado,
e o vento, pouco a pouco,
talhava-nos o corpo,
levantando o malho,
como um frio operário
E nós dois, abraçados,
olhos fechados,
permitíamos os golpes certos
Às vezes, delicados
Outra vezes, cheios de ira
E nós ríamos...
Inocentes, nada sabíamos,
do amor-ódio que move a vida
No fim do dia,
restávamos suspiros
e estilhaços
Emergíamos da areia
molhada - como da argila
branca- feitos de ternura
e do susto, saídos do paraíso
E voltávamos para casa,
pasta xaroposa,
substância do mundo,
que em nós,
pegajosa,
entornava,
pelas nossas pernas,
em todas as praias
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