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Poesias-->Saga do silêncio- Parte I -- 06/01/2004 - 02:04 (E.L. Kamitani) |
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>>>Saga do silêncio – Parte I<<<
Navego indistinto na confusão da noite
Sinto-me tragado por correntes difusas
Navego por amor ao risco, mas sigo
Sem acordar ninguém.
Sou invisível, inodoro e insípido,
E não quero nem posso ser percebido
Sou ofensivo a realidade- inverossímil
Sou um disparo sem faíscas e fatal,
A bala certa e doida rumo a um coração indefeso,
A trajetória rústica de palavras ríspidas
[ricocheteando na caixa craniana
Não sou de tumulto: navego entre livros tristes
Em músicas mal- resolvidas e rebeldes,
Entre pessoas sem pretensões e posses.
Não aceito convites para duelos de punhais e adagas
Não envio flores, nem cartas- bomba
Se há algum lembrete de que eu existo
Não procurem nos jornais, nem em livros
Nem em obituários e classificados
Nem em bilhetes mal- escritos- siga alguma jangada
Que passe entre as esquinas sôfregas
Que tanja a ficção e o humor em violento punch
Não busque meu nome em algum murmúrio-
Estarei sempre na eterna busca
Viagem de si para si
Navego sem tráfego à vista
Não canso nem sofro: nem vivo
Represo cada vez mais
Qualquer emoção violenta que me tome
Sou tímido e selvagem,
O magma oculto na calota polar.
Não sou verme passageiro,
Conforto de noites surreais,
Guerreiro de armas vastas e possantes-
Não basta a mim os imperativos sociais
Os legados da humanidade, nem os desafios do dia-a-dia.
Pretensioso demais,
Eu sigo em silêncio:
Hei de aportar antes de anoitecer
(Eder Luis Tomokazu Kamitani)
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