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Poesias-->CASSINO -- 18/12/2003 - 14:56 (Ricardo França de Gusmão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I. Mesa de blefes



Somos adversários nesse jogo.

Por isso aposto nas cartas do cassino

e planejo uma trapaça.

O sexo é a bolinha da roleta em movimento.

Ganhar pode não significar sorte.

Perder, pode não ser azar.

Do outro lado da mesa está a mulher

com batom vermelhão. Conheço esse tipo.

Não confio em sua boca de víbora.

Nem em seu beijo, nem em seu cuspe.

O baralho espalhado na mesa de blefes

convida a pagar para ver.

Mas não queremos ver o que se passa.

O luto está em nosso lado oculto.

O jogo é bruto.



II. Jogo erótico



A noite é densa e os Anjos do Augusto

lambem-se no altar da Igreja.

A poesia é pornográfica e o sexo salta dela.

Eu sou poeta ainda,

mas por mais que lindas sejam as minhas palavras

a rima é uma raspadinha da sorte.

Vida, aonde fica a estalagem da tua laia ?

Num lugar antes do sótão,

um prenúncio de porão ?

Vamos apostar os nossos corpos.

Se eu perder você me leva para sua casa.

Se eu ganhar, te cafetizo, piranha.



III. O rolar dos dados



A noite não te pertence, rainha de copas.

Teu Rei está de pileque e o valete de espadas

foi deitar com a dama de ouro.

Resta você, sozinha, espizinhada, a imaginar loucuras

e vinganças.

Mas as cartas estão embaralhadas

e a sua cabeça está confusa.

Saiba perder, mulher.

Há muito os homens aprenderam a praticar patifaria.



IV. Rodada de fogo



Um babaca pichou de grafite o meu chão.

Outro vetou no Congresso o aumento do meu salário

com um não.

Vou pegar o trem para lá de ninguém

e imitar sua voz de máquina, como imitava o meu avô:

café com pão, café com pão, café com pão...

E de mim, Ramon, o que dirão ?

Dirão...lógico que dirão...

Adeus moleque sem Deus, maldito ateu,

Ricardo França de Gusmão.

Pois, então, terei vencido.

É esse o jogo da vida, meu filho.

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