FEIJOADA POÉTICA
Cozinhar é coisa difícil, comer dá sempre prazer.
Preparar é um trabalho invisível e poucos gostam de fazer.
Cozinhar e fazer poesia, combina alegria e calor.
São coisas bem parecidas, é preciso muito amor.
Eu vou agora ensinar, com as duas vou compor
Uma receita vou dar de um prato com sabor.
Para preparar este prato, feijão é primordial,
Quinhentos gramas de peso, feijão preto é o ideal.
Lombo e carne seca, trezentos gramas de cada,
escaldados duas vezes, dobrando a medida de água.
Linguiça fresca e paio, o pé, a orelha e o rabo
Com o peso do lombo salgado, tudo isso escaldado.
Não podemos esquecer do toucinho defumado,
no fogo a derreter, em torresmo transformado.
Cem gramas é o peso usado, guardando a sua gordura
pra depois ser preparada, a couve, uma “gostusura”
Com temperos eu não falho é isto que dá sabor.
Cebola, salsa e alho, cominho, pimenta e amor.
Na véspera escolha o feijão colocando-o de molho.;
no dia leve ao fogão, acendendo cedo o fogo.
Material escaldado,cortado em pequenos pedaços,
junte-os ao feijão com alguns dentes de alho.
Obedecer uma ordem agora é o grande segredo,
preparando sem ter pressa, não é preciso ter medo.
Primeiro serão colocados o pé, a orelha, o rabo,
Carne seca, lombo salgado, toucinho, linguiça e paio.
Pique a cebola e o alho e corte também a salsa.
Acrescente ao feijão em forma de refogado.
Faça um molho de pimenta, utilize o próprio caldo.
Depois de tudo prontinho, sirva em panela de barro.
Sirva com arroz branco, com uma couve a mineira ,
com laranjas feita em gomos e farofa brasileira.
|