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Poesias-->Dedo de Agulha (II) -- 01/12/2003 - 08:50 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
até o fim

bem longe

do mundo...



chegando perto,

sujo ou limpo

tô indo prá lá,

decerto!



aqui não fica nada,

aqui é água

doce

é ponte sem destino.



conta uma história

sem véu,

parecida com a cor

do céu!



que eu outra

eu conto,

bem clarabóia.



mas aqui não

fico mais

por questão

que mistura em fel

até a aurora !



e não sou

visionário,

sou simples,

igual

aos missionários.



fali!

decerto

que fali!



sem desacertos,

com direito

a enterro

de flores,

e coroas

de azul,

até bem

feitas!



fali!

cai de

um pedaço

do mundo

pra outro.



fui enlace

dos pobres

e sem rumo,

só aos pássaros

faço encantos!



pobres!

que choram

cântaros de

mágoa

redimida!

aqui não

tem vez, não!



aqui,só chegam

os vândalos

sem canto!



agora,

tá todo mundo

perto,

mas depois,

fica

todo mundo

bem longe,

nesta estrada

longa

decerto!



tô andando

prá frente,

mas,sei,

estou

indo mesmo

é pros

bentes.



aqui ninguém

gosta de ninguém

nem o próprio

capataz.



azar!

batida de mel,

não dói nem

ao sincero rapaz!



gosto dela

até o fim

do mundo,

mas cheguei lá,

e nove foras,

metade de tudo,

ela também fugiu,

prás araras

de casas

imundas,

de casebres

sem fundo!



to caminhando,

há um tempão,

na sombra

e no sol

lá fainando!

lá penando!



decerto!



não consigo

ir mais

longe.;

porque verso

não tem

mais

e a prosa

morreu

de velha

e sem

inspiração!



nem a fonte,

bem iluminada,

desperta mais

amor,

pra quem vai

sem cor,

depressa,

correndo,

prô

dia

de ontem.



ontem que

parou de

existir,

quando

de lá surgiu

o cálice do

brando sol,

e, a persistir,

dobro,

o que fugiu!



nada dela

por aqui

sobrou:

nem uma canção

leve,

nem um perfume

de Cantão,

só um abraço

feliz

de não voltar

mais!



não volto,

e a concordar

retorno sem

mais elos!



deixa o tempo

passar

com vasta luz

sem vândalos,

deixa o tempo

correr.



chegar e mais

chegar,

sem ter ido

a lugar

nenhum.

tudo vago,

reprimido,

tudo de pegar!



nisso errei.



ou em quase

tudo errei.



por pena

ou por ser

de bento,

por comiseração

dos eleitos,

fui colocado de

lado:

mas, um pisa daqui,

outro de lá!



dá dor

de dó,

e a gente

fica

igual

a pão-de-ló!



pisadas iguais,

esbarrando em

dores

coniventes,

iguais aos da terra,

alados!



fazer de dó

era prazer

dos homens

colados mais

ou menos

de pó.



são de cor de

abóbora lilás,

enfeite

de gravatas,

ganchos

sem simetria.



parentes não

eram!

suponho,

são errantes

errantes!



amém de dois!



quem já morou

lá na roça

de meu avó,

bem sabe

que animais,

são, de repente,

mais fiéis

do que

o mais rente

dos homens.



e o amor

desbelta

igual.

é diferente,

de casca grossa,

feito de amarras

de beijos,

alentandos por

cheiro de

jasmim

perfumado.



por isso primo

pelo augusto,

onde lá fora

junto à arbustos,

fazem o primeiro

amor sem desdém.



pena!

com mais carinho

só prá fazer

neném.



fui brusco,

passo da

hora,

atropelo homens,

ando em

charretes

de minha infância

de dois nomes,

um pai, a bela

mãe,

e os gafanhotos

que morrem

sem esperança.



aprendi a escrever

por dever,

desaprendi

lendo

os artistas

de pena, e

carrapichos

de

que nunca

ofendi.



me parto em dois,

por sofrer

na floresta

feita de arquivos,

morando com

esquilos,

chorando

fácil

por tudo

aquilo.



hoje se foram:

o início e o fim,

todos bem partiram.;

se é demais dizer,

um torto e afogado

no tonel da vida.



eu, esperto,

só rezei.

e de perto

esperei

ele levantar.



qual. mortos

não andam.



mas na minha

terra de ócio,

perto da rocinha,

mortos andam sim:

depois da meia-noite

das almas,

de pó se tornam

gente!



que agouro!

que aperto!



ter medo do

próximo que

se foi

prá terra

de não dizer,

só sei cantar,

prosa e verso,

e, de pouco,

aprendi a

chorar.



não lamente não,

amor de roça

é assim mesmo,

tem trilhas

e longas

sombras

prá você deitar,

e cálido amar.



estar na estação

de chegada

e partidas,

não quer dizer

que você fique,

não quer dizer

que vá.



você é um ponto

de espera,

um momento

da vida,

abrigado

de lanças

partidas.



tudo começou

porque o

destino

quis

e, se não

quisesse

aconteceria

de novo,

com terno

de aceno,

com lenço

branco de

despedida,

com a mulher

de entraves

a dizer.;

vá ou fique,

homem de deus,

mas no tempo,

não fique

a rodar

feito venus!



sonhar

agora

nem vale a pena,

dá dor,

cobre de poeira.



os poucos

anos

já lavados,

que fizemos

juntos,

um pouco

de vida

sem saber,

era onde

tudo

pulsava.



uma zoeira!



hoje mais

homem,

meio criança,

chego na rua

de nós dois

e só vejo

grandes cimentos

sem sombra

de jardins,

ou riachos,,

cimento de verdade,

puro,

erguido pra arder

de saudade

quem um dia

viveu por lá,

e, agora zonza

por calçadas

de pura alvenaria,

sombras de gente

chegada à

ordem da

selvageria!



azar

dos feitos!

sou nascido

mas peco

ao falar.



um dia,

tal qual o sol

e certo

igual à lua,

tudo vai

nascer em outro,

onde vão contar

a mesma história,

onde vão irradiar

nascedouros de

ouro.



e juro!

ao partir,

vou sozinho

travando

no caminho

de roça,

minhas

roucas lembranças

minhas vestes

de andarilho

coberto de falta

de amor e

rasgos de

carinho.



azar!

mas não

sou ferino!

sou

peregrino!



azar!

errei!

por gostar

de jasmim,

mas

fijo que passo

mas sou corda

de laço

e fita de carmim



deixa a mão

só prá beijar,

sem paz,

sem alaridos,

sem casa

branca,

sem paço,

só com o

vento brando

a alisar

a face roseada

de feixos

de luz,

de feitos

de homens

sem cruz!



cansei!

de parar,

cansei!



hoje, volto

cheio

de esperanças,

mas lá morro

na vã

tentativa

mas sem ranço!



hoje é dia de quebra,

hoje é dia de festa,

rumo meu corpo

pra ela,

que se queda

no vazio

de duas vidas,

que se foram

rodeada de belos

hortos

e flores

mais de festas

do que

- cruz em credo -

rosas de

pouca sorte!



sei lá se posso,

mas decerto,

cansei

feito homem

de bruto aço

que se queda,

flácido,

à luz

dos sem velas!



hoje é dia comum,

pasto de feras!

homens de Zeras!

faz dela

a chegada

de

minha flor

de espera!



sou perto

e sou longe.



sou de festa,

mas não me caso

mais com

mais nenhuma

bela

que vive nelas!



se meu vôo

é longo,

passo-fundo

a gemer.



fui uma vez

pra nunca

mais ter vez.



sou a sobra

a espera,

a chegada,

e as lágrimas

que, agora,

oro.



por céus,

meio-a-meio

faz de mim

um rei

de chegada,

vestido

de carmim!



vou embora,

doce amora!

volto um dia

e você

me namora!



*



mas,



cansei!

penei e

fanei!



regra

não tem!

a prosa voa

e a poesia

é alegre.



decerto!



no final dá

tudo certo!



tem muito vinho

e taças

mortas de

tanta alegria.



passo ao largo,

sou torto,

sou caça

e dízimo dos

pobres,

sem ao menos

saber cantar

a fúria

desmedida,

com tamanho

beleza de verso

que me enlaça.



fui todo,

fui devagar,

de cântaro

na mão,

e o verso

na outra.



decerto!



por partes,

e por feridas,

ninguém é,

pelo menos

não

mostram

o vão

ferino!



fui de adeus,

sem beijos,

ou próximos

abraços,

fui triste,

pois os homens

de ásper

só cantam

a mesma toada

sem enlace!





sou pobre,

sem

nascença,

poeta

já sem

crença.



desfiz o encanto

sem pranto.

desfiz a mágoa

sem canto!



de um lado

os melhoranças,

de festa rápida,

de bebida

curta,

mas de

frases

belas,

cheias de

almejos

com amêndoas

de amor.



fui chegando

sem sair,

fui olhando

antes,

sem parar,

mas sabia

que por traz

do moinho

havia uma multidão

de ranço,

portando bandeiras

de avante!



fui grego

e troiano

paz e guerra

e hoje não tenho

como forjar

a espada.



que inimigos?

que me enfrentem!



sem pedir

uns centes

sem se humilhar

no cadafalso

sem lenha!



fui embora

sem vez.



de certo!

é sua vez.



e digo

sem

chorar,

uma vez

fui eu,

na outra

errei

e passei

da lei!



tô preso

aqui e lá.;

me fazem

falta

ternos amigos.



mais

é

onde

de ferinos,

recebo



presentes

de falsos

peregrinos,

da larga vida,

de altos

passos!



juras!

não mais

são

fulminantes,

são remendos

de amor

de turras!



nem a entrada,

nem a

ruminante

saída,

tem

sobras de

luz,

só restos

de amantes.



juras

agora só de

longe.



decerto!

não sou

monge!



e vou sem mala,

e vou sem cuia.



são ainda

de belos,

mas sem

violas,

sem ela,

pobres seixos,

sem a prosa

e o verso.



vou sozinho

procurando

um novo elo.



decerto!

o rei morreu!

de perto,

bem de perto..

lá vou eu!



entrar de vez,

no Dedo de Agulha,

que a tenra avô

me fez!

mas para jamais

tudo

esquecer!

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