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Poesias-->Morrer, por amor viver -- 30/11/2003 - 16:01 (Onias Carneiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


...E não ter aonde ir.

Eu queria pelo ao menos conversar

ouvir, sorrir, cantar...

Mas o destino é cruel

Me levou ao mundo dos imortais,

Ninguém me esculta.



Eu chamo, eu grito, e ninguém me esculta...



Ao longe, apenas o eco me responde

Uma voz explode dentro de mim,

ainda é a minha voz gritando

o seu nome...



Nesse universo infindo, encontro o leito para o meu corpo...

São os espinhos, calçados para os meus pés,

Uma voz fina, um grito, é o meu silêncio...

O imenso vão, é a minha existência...



Se pelo ao menos houvese aonde ir...



Nessa hora, um vão de luz me consome,

Uma transformação das cinzas,

A remontagem do meu ser, a unção

de dois corpos em uma única alma...



O tempo já não importa mais,

O espaço, o perfume, a sensibilidade das coisas,

Nada faz sentido...



O desejo, o sentir, o sabor do seu beijo,

nesse instante me apoiam e me deleitam na cama

do silêncio...



Que os ventos soprem e me conduzam.;

Que as estrelas enxuguem as minhas lágrimas.;

E minha amada e meu peixe respirem o puro ar

das lindas flores dos campos e,

em silêncio chame o meu nome...

E de longe, por entre as nuvens do destino

hei de ouvi-los e suavemente sem responder

hei de sorrir... sorrir como outrora sorrimos.



Ahh...!!! minhas palavras agora se quer consigo parar.;

Tão boas são as coisas da vida!!!

Se pelo ao menos conseguisse respirar...

Respirar de leve, como aqueles dias,

Nós dois sob o lençol e entre os braços...

Minhas lágrimas enxugaria no rosto de sua face,

e eternamente que sois, seria ainda a minha mulher amada, a minha deusa...



Um sorriso de volta ao meu peixe mandaria...

Chutar a bola e abraçar novamente,

Correr com a thana lado a lado.;

O café juntos tomariamos...



Nada disso, se quer eu posso lembrar,

O tempo não importa mais,

Serei nesse momento, somente esse momento.;

Nada mais...



Os seus lábios em mim ainda sinto...

Nem o verde das folhas nos separam...

Estou sozinho e o silêncio me consome.



Ao amor daqueles que sempre amaram

Aqui fica um eterno abraço

E minhas saudações...



A sua existência é a parte presente de mim...







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