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| Poesias-->NATAL - UMA BONECA E UMA TRANÇA -- 29/11/2003 - 23:15 (MARIA PETRONILHO) |
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NATAL - UMA BONECA E UMA TRANÇA
MÃE, ANDAVAS POR TODA A CASA
SEGREDINHOS E SORRISOS
E MENEIOS DE MENINA
E EU ERA PEQUENINA
PEQUENINA E ESPREITAVA.
PERCEBI, SENTI, SENTIA
QUE ME IAM DAR A BONECA...
ERA O NATA, E LÁ ESTAVA!
E ERA UMA BONECA LINDA!
SOUBE ENTÃO QUE ERA MENTIRA:
O MENINO JESUS NÃO VINHA,
A PRENDA NO SAPATINHO
ERA A MÃE, A MÃE, QUE A DAVA!
VIVEU LONGAMENTE A BONECA
INTACTA
DE CABELO LOIRO, IMAGINA!
OS OLHOS ABRIA E FECHAVA,
TINHA UMA BLUSA BRANCA
E UMA SAIA ENCARNADA,
TU É QUE FOSTE DEPRESSA!
FICOU TODA A VIDA A BONECA
COM ALGO DE TEU QUE RESTAVA
E EU AMAVA... COMO AMAVA!
GOSTOU DELA A MINHA FILHA,
PEGOU-LHE A TUA NETA!
MAS MEU PAI, TALVEZ DE RAIVA,
NUM DIA QUALQUER, NA "TERRA",
TIROU BAÚ, ROUPAS, BONECA
... E A TUA LINDA TRANÇA
ENVOLTA NUMA REDE FINA.
TU, HÁ TANTO TEMPO TE FORAS,
TUA TRANÇA BRILHAVA AINDA
E ERA DA COR DA MINHA!
AQUELE HOMEM SEM ALMA,
SEM DIREITO NEM RESPEITO,
LARGOU FOGO À MINHA HERANÇA:
UMA BONECA E UMA TRANÇA.
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