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| Poesias-->ALMA -- 02/11/2003 - 23:21 (maria da graça ferraz) |
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Alma
gracias a la vida
Ela apareceu
na varanda
Vestido de rendas
brancas
sobre um corpo
também branco
Tão indelével
Tão desprotegida
Nua...Pura...Vida
Com o cabelo
a flutuar-
alvo , duro e liso
Perguntei seu nome
ela não me disse
Limitando-se
a piscar os olhos de lince
Tão verdes! de um verde
profundo, como se reunisse
todas as florestas do mundo
Ela passou por mim
etérea e transparente
Mas ainda assim ardente
como uma chama que move
Gritei qual era seu nome
Ela sorriu suave
como a tentar dizer
" Tu sabes. Tu sabes"
E deslizou como barca livre
Eu a segui lentamente
pelos corredores estreitos
como quem nada de peito
em busca da nascente
Mas, de repente,
ela deteve-se,
sem olhar para trás
Observei sua nuca tensa,
branca e macia,
e meu sinal de nascença
Eu consegui murmurar
" Alma"
E bateu meu coração
como quem se acalma
e se perde na escuridão eterna
Ela beijou-me por dentro
através do meu respirar
como quem revela um segredo
com passos de gazela
Nariz contra boca
Olho contra espelho
E até hoje guardo
a lembrança de seu afago
quando abraço
uma cruz feita de pano
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