LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->ELEGIA DO PERNILONGO -- 01/11/2003 - 16:35 (Benedito Generoso da Costa) |
|
|
| |
ELEGIA DO PERNILONGO
Lá na tonga da milonga,
Que fica perto do céu,
Kaburetê é estória longa
Só na casa do chapéu.
No castelo encantado
Só existe bruxas ranzinzas
E um caixão preto lacrado,
Guardando as velhas cinzas.
Branca de Neve, tão bela,
Assustou-se com a Bruxa
E dormiu à luz da vela
Sonhando que era a Xuxa.
Sete anões, com suas enxadas,
Enterraram a maçã
E a Bruxa deu gargalhadas
Ao ver Cinderela anciã.
Zesinho e Mariquinha
Esconderam-se na mata
E, sobre a relva fresquinha,
Brincaram de gato e gata.
Pinóquio, com seus binóculos,
Correu contar ao Pastor,
Este, ajeitando seus óculos,
Profetizou: - É amor.
A Chita, muito agitada,
Agarrou-se a um canguru,
Quis levar uma cantada
E encontrou um urutu.
Um tatu do pé rachado
Não encontrou seu buraco,
Então tomou o rumo errado
E entrou dentro de um saco.
Rasgou-se o saco e uns ratos
Fugiram em debandada,
Eram peludos e chatos,
Mas morreram na enxurrada.
Enquanto isso eu dormia
No meu leito solitário,
Mas sonhava que eu ia
Perecer no meu calvário.
Não sei o que foi que fiz,
Mas ao olhar para o chão,
Levei-me a mão ao nariz
E vi sangue em profusão.
Sozinho, no abandono,
Profeta eu era no Congo,
Mas no nariz, em meu sono,
Eu tinha um pernilongo.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
|
|