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Poesias-->Teatro de Amores -- 07/10/2003 - 20:32 (Humbert Miller) |
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A platéia se acomoda
As luzes do palco se acendem
O espetáculo inicia
Você coloca sua máscara
As tuas lágrimas são falsas
E tua rosa é de plástico
Tuas palavras todas falsas
Pois tua fala ensaiada
Havia sido já escrita
Você não tem o que temer
Pois tudo isto é fantasia
E nós, apenas personagens
O enredo é fraco e não tem nexo
Mas boa intérprete tu és
E sabe fingir muito bem
Alguém assiste e se comove
Você o olha e se jubila
É mais um tolo a acreditar
É mais um tolo, como eu
Que em você acreditei
Em ti, atriz e charlatã
Mas tola você também é
Você mesma chegou a crer
Na tua própria pantomima
Os teus clichês estão passados
E você acha até que pode
Ainda ter final feliz
Mas és esperta, afinal
Ao conseguir o que queria
Caíste logo na real
O que querias era aplausos
Satisfação pra tua cena
Glamour pra tua vaidade
Você se acha uma rainha
Mas a coroa que tu usas
De ouro não tem nem o brilho
Teu coração não sente amor
E teu nariz não reconhece
O doce aroma de uma flor
Você me diz: não tenho culpa
‘É assim mesmo que eu sou’
Mas já não sabes quem tu és
Juras de amor você me fez
Eu também disse que te amava
Infelizmente tu mentiste
E quando eu menos esperava
Você largou a personagem
E me deixou sem entender
Mas tudo isso é passado
Teu espetáculo é findo
Não pisas mais no meu tablado
Está escura a ribalta
E abaixadas as cortinas
Não há ninguém mais na platéia
Já não tens mais o meu amor
Já não tens mais de nenhum outro
Tua caravana está vazia
E o teu circo está falido
Pois já não tens nenhum palhaço
De quem tu possas gargalhar
A tua máscara quebrada
Já não esconde tua face
De maquiagem, tão borrada
Teu figurino já não vestes
Rasgou-se feito seda podre
Em tua trágica saída
Se acaso à minha porta virdes
Não sei quem és, não reconheço
Pois pra mim fostes personagem
Procura pra ti um teatro
Um novo público procure
E vá fazer o que mais sabes
Não te esqueças ao final
Curve-se ante a platéia
E pelo menos agradeça
E pelo menos agradeça
Pois sem os tolos que te assistem
Terias que ser verdadeira
E pra dizer-te a verdade
Não és assim, tão atraente
Se não és falsa, como sempre |
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