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Poesias-->MENINA DE RUA -- 26/09/2003 - 23:21 (L. Stella Mello) |
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Trazes no peito um painel de horrores,
Sombras da pobreza em que foste criada...
Guardam os teus olhos sombras embaçadas
Das visões vividas, sendo maltratada...
Selam-te nos lábios todas as tristezas
E todas as palavras que guardaste assim...
Somam-se amarguras desses desesperos
À realidade que não tem mais fim...
Tens as mãos vazias de qualquer carinho,
Cheias de amargura e muito temor...
Enlaças em teu peito um buquê de espinhos
Nesse desencanto que só traz horror...
Vejo-te perdida em um deserto escuro,
Rasgam-te as vestes, ferem-te as carnes...
A própria natureza te esqueceu no mundo...
És uma visão fiel de abandonada!
A vida fez de ti um problema sério...
A desigualdade te ignora o vício...
Tens a desventura de ser desprezada,
E, junto à escória te sentiram lixo!
Menina vadia é como te chamam...
Não vêem que a pobreza faz o ser abjeto...
A fome e o frio te levam para a lama,
E ao desprezo da vida ainda és discreta!
Teus olhos nublados reclamam carinho,
As mãos que estendes só pedem socorro,
Aos outros olhares és um passarinho
Buscando migalhas... És menos que um rosto...
Entanto, és vergonha por nós exibida,
O retrato fiel do nosso legado,
A dizer bem alto que, a tua desdita,
Terá juro alto a ser resgatado!
Ainda há tempo de ser consertada
As distorções que existam nos comportamentos...
Com carinho olhemos por esses momentos
De tantas meninas assim enjeitadas...
Se olharmos como semelhantes
As nossas crianças, com responsabilidade,
Acabaremos, de vez, com a vida aviltante,
Daremos em troca sua integridade!!!
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