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 | Poesias-->GAROTA DO CALENDÁRIO -- 24/09/2003 - 21:18 (Lílian Maial) |  |  |  |  |  |
 | A GAROTA DO CALENDÁRIO 
 Lílian Maial
 
 
 
 
 
 Quem quer que passe por acidente
 
 bem ali em frente
 
 na oficina, na rua
 
 em qualquer esquina
 
 ainda verá essa menina
 
 doce e feiticeira
 
 charmosa e oferecida.
 
 
 
 Podia ser a Elizabeth,
 
 a Magda, a Aparecida,
 
 assim, despercebida,
 
 objeto de desejo,
 
 ganharia tudo por um beijo.
 
 
 
 Sonho dos meninos de cabelo raspado,
 
 acalento dos senhores já não tão bem dotados,
 
 ostentando a masculinidade
 
 de quem a portasse
 
 mal escondida na carteira, amarelada, talvez um pouco rasgada,
 
 mas com esses mesmos traços há anos...
 
 
 
 Esses mesmos braços sem planos
 
 essa mesma boca entreaberta
 
 [uma chama para a coisa incerta]
 
 e essas coxas
 
 bem torneadas e lisas
 
 sem pêlos, sem apelos,
 
 longas e promissoras,
 
 como que guardassem o que mais se cobiça...
 
 
 
 Ah, essa pele, esse cheiro de pecado
 
 [que sempre mora ao lado]
 
 e os seios alheios a tudo,
 
 aqueles dois olhos pontudos
 
 acondicionados em envoltórios de veludo
 
 onde o pensamento se atreve a pousar a cabeça e esquecer dos dias...
 
 
 
 Ventre de pura orgia, alegria
 
 escorrega de dedos vadios
 
 pés de mulher no cio
 
 de dedinhos arteiros
 
 tornozelo faceiro
 
 e esse traseiro...
 
 
 
 Ah, está na hora
 
 de escolher o vestido
 
 de dentro do armário
 
 e parar de olhar para o espelho,
 
 você, que tanto se ama
 
 e como se vê,
 
 gostosa garota do calendário.
 
 
 
 
 
 
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