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Poesias-->VIAGEM ASTRAL -- 24/09/2003 - 13:27 (Marco Antonio Cardoso) |
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Rumo ao celestial desejo,
Guiado por bela melodia,
Eis que deixo, ao fim d um dia,
Meu corpo de carne e sangue.
Abandonado numa poltrona,
Adormecido, quase morto,
Nem me volto para contempla-lo,
Das alturas onde me encontro.
Flutuando no éter, tranqüilo,
Admirando a esfera azul,
Eu, que nunca fui astronauta,
Livre, no espaço me pus.
Mas algo ainda me espera,
Pois da negra estratosfera
Vejo ígnea luz a viajar
A toda, em minha direção.
Avança e parece atacar-me
Com suas garras de fogo,
Veja a juba flamejante
Por pouco consegui escapar.
Flutuando no negro espaço,
Sinto que estou em perigo
Pois esta besta elemental
Faz cara de poucos amigos.
Eis que em meu socorro,
Rápida como uma flecha,
Gigantesca mão me acolhe
Em sua palma e me salva da fera.
Bestificado que estou,
Em nada pareço pensar.
Ante todas as maravilhas
Que estou a presenciar.
A mão amiga me deixa
São e salvo num caminho
Verdejante que se estende
Até um palácio brilhante.
Vou que pareço estar voando
Na velocidade do pensamento
O que parecia estar distante,
Agora já estou lá dentro.
Colunas de jade translúcido
Foi como me pareceu
Mas sei que não se compara
Com tudo que se conheceu.
Caminho agora bem lento
Por um extenso salão
Vou para a luz e a melodia
Que vem d’um grande portão.
Lá finalmente chegado,
Neste salão imponente,
Eis que fico maravilhado,
Com a luz de toda essa gente.
Uma assembléia tranqüila
Que ouve a voz sábia e doce
Daquele que traz paz e alívio
Para todas as mágoas e dores.
Sim, eu fique estacado,
Um não-sei-que me prendeu
Meus ouvidos me confirmavam
Este era o antigo galileu.
Sei que morto não estava,
Mas ouvia o mestre dos mestres
Que a todos ali exortava
À caridade e às preces.
Porém a melodia-veículo
Que para ali me conduziu
Agora nos últimos acordes
Convidava-me ao célere retorno.
Foi numa queda abrupta
Que me precipitei de imediato
Ao corpo físico adormecido
Enquanto vivia breve hiato.
Nunca poderei esquecer
De tal viagem bendita
Só aguardo poder retornar
Quando findar esta vida.
Marco Antonio Cardoso
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