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 | Poesias-->Perdôo-te por Amar-te - soneto -- 22/09/2003 - 21:54 (Lílian Maial) |  |  |  |  |  |
 | Perdôo-te por Amar-te 
 Lílian Maial
 
 
 
 
 
 
 
 Meu pranto, feito rio caudaloso
 
 açoita de erosão a minha face
 
 faz marcas no meu peito pantanoso
 
 carrega de ilusão todo o disfarce.
 
 
 
 
 
 A dor que em ti causei por alvoroço
 
 supera a solidão do desenlace
 
 e o cheiro de bolor, de amor rançoso
 
 impede que o silêncio te amordace.
 
 
 
 
 
 Depois de tanto tempo em teu percalço
 
 enfim achei meu prumo e meu exílio
 
 nos braços que ontem mesmo me expulsaram.
 
 
 
 
 
 Pois hoje meu caminho tão descalço
 
 faz chagas nesses pés de andarilho
 
 ferida como todas que te amaram.
 
 
 
 
 
 
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